Páginas

Translate

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A Mística dos Katas "Miegakure"

Oss!

Amanhã, dia 08/06 terá início o segundo módulo do 1º Curso Nacional de Karatê Jutsu. Aqui vai uma pequena prévia de alguns temas que serão abordados.

O "Artista Marcial" que esteja familiarizado com a cultura oriental, em algum momento já deve ter ouvido falar em "tatemae e honne".

Característica marcante do comportamento oriental, tatemae é a face a ser exposta ao mundo, o que pode ser mostrado à todos. Honne por sua vez, é o aspecto mais intimo, só compartilhado com pessoas de estreito convívio e afinidade.
Inexoravelmente esse traço da cultura oriental se fez presente e atuante nas Artes Marciais.
Conhecidas como, "omote e ura", são respectivamente, interpretativamente falando, o óbvio e o implícito.
Uma visão "omote", é uma visão simplista, ou minimalista, capaz de enxergar apenas o aparente, o superficial, enquanto uma visão "ura", é algo que só alguém muito "intimo" poderia alcançar, compreendendo detalhes e nuances imperceptíveis a olhos "ordinários".
Nos Katas, estabeleceu-se uma conduta chamada "Miegakure", ou seja "escondido propositalmente", com o intuito de deliberadamente camuflar algumas técnicas, que só surgiriam a olhos mais atentos e treinados.
Qualquer um que observe a execução de um Kata é capaz de dizer que tratam-se de movimentos sequenciados de ataques e defesas, do que seria uma "coreografia" de uma simulação de um combate.
Porém somente alguém que conheça profundamente ás técnicas, é capaz compreender todas as possibilidades e desdobramentos existentes dentro do universo que abrange o verdadeiro Karatê. Precisar o que seria realmente uma defesa ou um ataque, um simples giro de corpo, um desequilíbrio, ou até mesmo uma projeção, é tarefa para olhos e conhecimento aguçados.

 "Chaves", torções, quedas, defesas de quedas e inúmeras técnicas estão presentes em todos os Katas como uma "assinatura" da escola ou mestre que o criaram,  com as especificidades e especialidades de seus criadores.
O Karateca que diz que o Kata para nada serve, está observando o Karatê sob uma perspectiva omote,
a qual não corresponde à verdade. Superficialmente, (omote), os Katas são excelentes formas de treinamento da essência das técnicas do Karatê, porém quando melhor observados, (ura), correspondem à identidade da Arte carregando o "DNA" do estilo desenvolvido, constituindo-se assim num completo arquivo de técnicas a serem exploradas por seus praticantes.

  Meu trabalho de pesquisa tem como objetivo minuciar essas técnicas e apresentá-las a todos, sob uma perspectiva "Ura", para que nossa Arte passe a ter um significado mais abrangente.

Oss!