Oss!
A pouco tempo atrás em conversa com um dos maiores "ícones" do Karatê tive a, desagradável, confirmação do que eu começara a desconfiar logo nos primeiros anos de faixa preta, e que viria a descobrir e acreditar após algum tempo de pesquisa e estudo. " A grande maioria das pessoas não faz a menor ideia do que é Karatê"!!
Provavelmente muitas pessoas irão dizer que é muita prepotência minha, farão vários comentários pejorativos e pronto, voltarão a se esconder atrás de sua ignorância ou da ignorância comprada de seu "Mestre", Zona de Conforto!
Tive o prazer de conviver, muito menos do que gostaria, com um dos verdadeiros mestres dessa arte e da vida, e talvez isto tenha me deixado mal acostumado. Um homem que tinha a hombridade de dizer: "Não sei", e em seguida procurar os meios para encontrar o conhecimento requerido.
Mestre: Professor de grande saber e nomeada. O que é perito ou versado em qualquer ciência ou arte.
Ser Mestre é buscar o saber para compartilhá-lo, e não criar "Dogmas" acerca do conhecimento empírico, colocando-o como verdade absoluta e incontestável.
Que é o que os grandes "Mestres", "Baluartes" de nosso Karatê o fazem, mostrando um profundo desconhecimento do compartilhar.
O que vejo é um absurdo jogo de "EGOS" e vaidades onde o importante não é proliferar o conhecimento e a essência de nossa Arte, mas sim ter "opiniões convenientes" e razão, sempre razão. O principio básico é mais ou menos assim: O "Mestre" nunca erra, as poucas vezes em que ele se engana a culpa é do aluno!
E de certa forma é verdade pois temos os mestres que escolhemos e por tanto, merecemos.
Quando um "Mestre" diz a um aluno que o quimono do Karatê é branco pois o branco significa a pureza do espírito do artista marcial e mais um punhado de besteiras, e o aluno sequer repara que Funakoshi Sensei posa para a foto oficial do Karatê com vestes negras, sem almenos indagar a respeito, ele está pedindo para ser enganado.
Fato é que a mística por trás das Artes Marciais que remonta, principalmente, o cinema, é uma das coisas mais procuradas pelos praticantes e muitos destes "Mestres" se aproveitam disso para venderem o mistério.
Certa vez deixei um pequeno Bonsai morrer por falta de aguá, em uma semana em que estive viajando,
ao chegar no Dojo deparei-me com ele já totalmente ressecado e uma ideia me ocorreu.
A medida que os alunos iam chegando me pediam explicações, esperei que todos chegassem e expliquei-lhes absolutamente concentrado:
"Este Bonsai está agora, representando a transitoriedade da matéria, determinando o fim de um ciclo e o começo de um novo, quando sua matéria irá se decompor e se reintegrar ao todo."
Não obstante a relevância das afirmações, que levaram alguns dos mais crédulos às lágrimas, fato era que eu havia simplesmente esquecido de regar o pobrezinho, o que quando revelado, tornou-se enorme decepção. Ou seja, queremos a mística, queremos o lúdico e porque não, queremos o "embuste".
A ignorância é a mola motriz do preconceito!
Quando, a cerca de dez anos, comecei a apresentar algumas técnicas do Karatê Jutsu, fui extremamente criticado e até mesmo ridicularizado por alguns "Mestres" e seus "achistas", obviamente não de maneira declarada. Hoje, contudo, está cada vez mais fácil encontrarmos literatura a respeito do Karatê Jutsu, até mesmo no site da NKK,(JKA), há uma página contando toda a história em detalhes. Mas os pseudo "Mestres" fazem questão de não ver. Por que, a essa altura dos acontecimentos admitir que estavam errados, que tudo o que ensinam e sabem a respeito do Karatê é apenas uma pequena parte, corrompida pela vaidade e pelo "Ego" que acompanham as competições? É mais fácil seguir os princípios da física quântica, apesar de ignorá-los também, que determina que para nosso cérebro o que não é visto pelos olhos, potencialmente não existe, e dessa maneira escondem-se atrás de seu "desconhecimento".
Meus amigos o que quero dizer, mais uma vez, é que a informação existe e está ao alcance de todos! Nosso Karatê definitivamente não é um "jogo de kimono", e sim uma técnica extremamente extensa e rica com milhares de nuances desprezadas em detrimento à competição e ao comercial.
A muito pouco tempo atrás estive à banca de um exame para Godan, onde o sujeito, perguntado o que seria (em essência) o Karatê, solenemente respondeu: "Uma Arte Marcial", senti-me profundamente envergonhado, não do pobre sujeito, mas dos outros "Mestres", que lhe outorgaram o 5º Dan, conseguindo assim seu intento,fomar "professores" que saibam menos do que eles.
Oss!
O maior líder é aquele que reconhece sua pequenez, extrai força de sua humildade e experiência da sua fragilidade.
ResponderExcluir